sábado, 22 de agosto de 2015

SONETO

Por entre o Beberibe, e o Oceano
Em uma areia sáfia, e lagadiça
Jaz o Recife povoação mestiça,
Que o Belga edificou ímpio tirano.

O Povo é pouco, e muito pouco urbano,
Que vive à mercê de uma linguiça,
Unha de velha insípida enfermiça,
E camarões de charco em todo o ano.

As Damas cortesãs, e por rasgadas
Olhas podridas, são, e pestilências,
Elas com purgações, nunca purgadas.

MATOS, Gregório de. Seleção de Obras Poéticas.
A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro <http://www.bibvirt.futuro.usp.br/>
A Escola do Futuro da Universidade de São Paulo 

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