quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

FEDEZ - MAGNIFICO FEAT FRANCESCA MICHIELIN

E gli anni passano e non ci cambiano
Davvero trovi che sia diverso?
Guardami in faccia I miei occhi parlano
E tu dovresti ascoltarli un po' più spesso

Sorridi quando piove, sei triste quando c'è il sole
Devi smetterla di piangere fuori stagione
Dai proviamo e poi vediamo che succede
Per ogni mia parte che ti vuole, c'è un'altra che retrocede

Sapessi quante ne ho viste di scalatrici sociali
Regalano due di picche aspettando il re di denari
Quante volte ad un "ti amo" hai risposto, "No, non posso"
Hai provato dei sentimenti e non ti stanno bene addosso
Parliamo allo stesso modo ma con diversi argomenti
Siamo nello stesso hotel ma con due viste differenti
L'amore è un punto di arrivo, una conquista
Ma non esiste prospettiva senza due punti di vista

Anche se poi tutto è magnifico
Non lo prenderò come un rimprovero
E' possibile abbia sogni sbagliati, un po' illusi al momento
Mi appartengono

Fuori è magnifico
Si ma tu un po' di più
Sei la bellezza a due passi
A portata di manicure
Ma so che quando troveranno il centro dell'universo
Rimarrai delusa a scoprire che non sei tu
Ognuno coi suoi pensieri e I suoi segreti
Lo so siamo divisi dalla spazio senza essere pianeti

L'amore rende ciechi devo dirtelo
E io devo smettere di cercare le scarpe nel frigorifero
Ma tu non guardi me continui a guardare fuori
Ti ho dato I giorni migliori dei miei anni peggiori
Contraddizioni e vizi, a ognuno il suo
Ma questa notte dormo sul mio fianco preferito, il tuo
Anche se poi tutto è magnifico
Non lo prenderò come un rimprovero
E' possibile abbia sogni sbagliati, un po' illusi al momento
Mi appartengono

Anche se poi tutto è realistico
Non lo prenderò come un rammarico
E' possibile abbia sogni sbagliati, un po' illusi al momento
Mi appartengono
Fuori è magnifico, fuori tutto è magnifico
(Fuori è magnifico, si ma tu sei di più)
Fuori è magnifico, fuori tutto è magnifico
(Fuori è magnifico, si ma tu sei di più)
E' possibile abbia sogni sbagliati, un po' illusi al momento
Mi appartengono

Anche se poi tutto è magnifico
Non lo prenderò come un rimprovero
E' possibile abbia sogni sbagliati, un po' illusi al momento
Mi appartengono
Anche se poi tutto è magnifico
Non lo prenderò come un rimprovero
E' possibile abbia sogni sbagliati, un po' illusi al momento
Mi appartengono


sábado, 26 de dezembro de 2015

Os Três Amores

I

Minh'alma é como a fronte sonhadora
Do louco bardo, que Ferrara chora...
Sou Tasso!... a primavera de teus risos
De minha vida as solidões enflora...
Longe de ti eu bebo os teus perfumes,
Sigo na terra de teu passo os lumes. ..
- Tu és Eleonora...

II

Meu coração desmaia pensativo,
Cismando em tua rosa predileta.
Sou teu pálido amante vaporoso,
Sou teu Romeu... teu lânguido poeta!...
Sonho-te às vezes virgem... seminua...
Roubo-te um casto beijo à luz da lua...
- E tu és Julieta...

III

Na volúpia das noites andaluzas
O sangue ardente em minhas veias rola...
Sou D. Juan!... Donzelas amorosas,
Vós conheceis-me os trenos na viola!
Sobre o leito do amor teu seio brilha...
Eu morro, se desfaço-te a mantilha...
Tu és-Júlia, a Espanhola!. . .


ALVES, Castro. Espumas flutuantes. in Poesias Completas. São Paulo : Ediouro, s.d. (Prestígio).

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Noturno

Já toda a terra adormece.
Sai um soluço da flor.
Rompe de tudo um rumor,
Leve como o de uma prece.

A tarde cai. Misterioso,
Geme entre os ramos o vento.
E há por todo o firmamento
Um anseio doloroso.

Áureo turíbulo imenso,
O ocaso em púrpuras arde,
E para a oração da tarde
Desfaz-se em rolos de incenso.

Moribundos e suaves,
O vento na asa conduz
O último raio da luz
E o último canto das aves.

E Deus, na altura infinita,
Abre a mão profunda e calma,
Em cuja profunda palma
Todo o Universo palpita.

Mas um barulho se eleva...
E , no páramo celeste,
A horda dos astros investe
Contra a muralha da treva.

As estrelas, salmodiando
O Peã sacro, a voar,
Enchem de cânticos o ar...
E vão passando... passando...

Agora, maior tristeza,
Silêncio agora mais fundo;
Dorme, num sono profundo,
Sem sonhos, a natureza.

A flor-da-noite abre o cálix...
E, soltos, os pirilampos
Cobrem a face dos campos,
Enchem o seio dos vales:

Trêfegos e alvoroçados,
Saltam, fantásticos Djins,
De entre as moitas de jasmins,
De entre os rosais perfumados.

Um deles pela janela
Entre no teu aposento,
E pára, plácido e atento,
Vendo-te, pálida e bela.

Chega ao teu cabelo fino,
Mete-se nele: e fulgura,
E arde nessa noite escura,
Como um astro pequenino.

E fica. Os outros lá fora
Deliram. Dormes... Feliz,
Não ouves o que ele diz,
Não ouves como ele chora...

Diz ele: “O poeta encerra
Uma noite, em si, mais triste
Que essa que, quando dormiste,
Velava a face da terra...

Os outros saem do meio
Das moitas cheias de flores:
Mas eu saí de entre as dores
Que ele tem dentro do seio.

Os outros a toda parte
Levam o vivo clarão,
E eu vim do seu coração
Só para ver-te e beijar-te.

Mandou-me sua alma louca,
Que a dor da ausência consome,
Saber se em sonho o seu nome
Brilha agora em tua boca!

Mandou-me ficar suspenso
Sobre o teu peito deserto,
Por contemplar de mais perto
Todo esse deserto imenso!”

Isso diz o pirilampo...
Anda lá fora um rumor
De asas rufladas... A flor
Desperta, desperta o campo...

Todos os outros, prevendo
Que vinha o dia, partiram,
Todos os outros fugiram...
Só ele fica gemendo.

Fica, ansioso e sozinho,
Sobre o teu sono pairando...
E apenas, a luz fechando,
Volve de novo ao seu ninho,

Quando vê, inda não farto
De te ver e de te amar,
Que o sol descerras do olhar,
E o dia nasce em teu quarto...


BILAC, Olavo. Antologia : Poesias. São Paulo : Martin Claret, 2002. Alma Inquieta. (Coleção a
obra-prima de cada autor).

domingo, 20 de dezembro de 2015

A Rua dos Cataventos

Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.

Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.

Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arracar a luz sagrada!

Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!


Publicado no livro A Rua dos Cataventos de Mario Quintana (1940).

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Fita Verde

Prendi uma fita bem verde
nos meus cabelos escuros.
Fiquei quase uma menina
capaz de subir nos muros.

Troquei de alma e de idade
e brinquei entre as crianças.
Meus pesares voaram longe...
e as minhas desesperanças.

Na roda da "Cirandinha"
ninguém cantou como eu.
Cantei, cantei todo o dia
até que o sol se escondeu.

E veio a noite e o cansaço
e nós fomos descansar:
as crianças de verdade
e eu que brinquei de enganar.

(...)


Publicado no livro Céu Vazio: poesia (1941).

In: RIPOLL, Lila. Antologia poética. Rio de Janeiro: Leitura; Brasília: INL, 1968. p.2

Fonte: Escritas.org